terça-feira, 1 de novembro de 2011

Quando o corpo

A mente autoritária vai dando ordens a um corpo que só obedece.

Ela manda o corpo acordar cedo, levantar e ir trabalhar.

Diz para o corpo que ele deve ir a academia, fazer caminhada e comer.

Ela também pede para o corpo ler um livro e entrar na internet. Envia informações aos dedos e os obriga a digitar. Em segundos uma sequência de palavras formam um texto no qual a mente escreveu. Créditos a mente!

A mente demora a se cansar, mas quando se cansa, pede para o corpo ir dormir... logo em seguida ela obriga o corpo a acordar novamente e começar tudo de novo...

Um dia o corpo se rebelou. Ele levantou e gritou sozinho, gritou tão alto que as Amidalas transformaram todo o som em uma infecção, inflamação e inchaço na garganta.
E assim sua voz se expandiu por todos os lados.


Em disputa com a mente o corpo se rendeu e foi viajar... porém, ele se reergueu (ou decaiu) e em uma batalha acirrada com a mente o corpo vence.
Ficou muito nervoso, ardeu e queimou tudo que havia em si, utilizou a arma febre e gritou novamente.

Sem a dominação da mente o corpo falou entre dores, choros, calor, frio e cansaço.
Os olhos de tanto medo se fecharam, as cordas vocais se calaram, as pernas ficaram imóveis e as mãos tentaram acalmar tudo o que tocavam, mas não foi possível... Foi então que com um golpe mortal, o corpo derrotou a mente, à fez dormir e dormiu.


O dia que o corpo pediu socorro, mostrou que precisava de ajuda, que não podia mais ser dominado, que precisava de ar fresco em seu interior, sorriso na boca e de um outro corpo para se juntar.

Assim a mente é vencida, convencida de que uma hora tudo para, o tempo, os batimentos, a corrente, a rede, os passos, a fala e o corpo.

Os mecanismos corporais entrão em pane, os comandos cerebrais perdem a conexão, os gigabytes intelectuais se resumem a 1 byte, a rede, os tecidos e as membranas tem um curto circuito, a memória falha e o corpo por si só, grita e para.

Felicidade




Felicidade?

Disse o mais tolo: "Felicidade não existe."
O intelectual: "Não no sentido lato."
O empresário: "Desde que haja lucro."
O operário: "Sem emprego, nem pensar!"
O cientista: "Ainda será descoberta."
O místico: "Está escrito nas estrelas."
O político: "Poder"
A igreja: "Sem tristeza? Impossível.... (Amém)"

O poeta riu de todos,
E por alguns minutos...
Foi feliz!

(O Teatro Mágico)