quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Avenida

Na avenida descia a neblina junto a garoa gelada, na calçada as putas, travestis, a galera fumando um do bom e eu. Estava andando na noite infinita e ao som de "Child in Time" eu assisti o céu ficar alaranjado e as nuvens formarem um teto luminoso sobre a cidade. O trepidar do paralelepípedo fazia massagem em meu corpo ao mesmo tempo que meu pulmão se enchia de ar úmido, minhas mãos ficavam geladas e não sentiam o volante. O voltante girava sozinho pelas rotatórias que não me levaram para casa, o carro seguiu seu caminho pelas ruas mais belas da cidade, obeservamos a arquitetura "Balaústre" ao lado da bela escada branca, logo depois foi preciso dar uma olhada e imaginar o interior do "Palácio da Águias", após esse caminho não poderia faltar uma última espiada nas torres brilhantes da "Catedral"... Assim a avenida se torna infinita... E quem trafegar nessa via não voltará jamais. Pelo retrovisor enxergará tudo que fica para trás e pelo movimento do limpador de parabrisa será possivel olhar para o distante futuro daqueles que passam por ali.



Créditos da foto http://cronicamenteorganica.blogspot.com/2010/06/blog-post.html