segunda-feira, 31 de março de 2014

Tríptico Samuel Beckett

Gente eu consegui assistir!

Muitas pessoas desistem de ir pq na net já está esgotado... basta chegar com uma hora e meia de antecedência que você irá conseguir um bom lugar na plateia, nem é preciso esperar até o horário do espetáculo, logo que você chega eles já lhe vendem o ingresso.

Saí da Armênia e depois de duas estações estava no CCBB e depois de 10 minutos estava com meu ingresso em mãos, pude comer, colocar um casaco e conversar um pouco sobre Beckett com alguém que também havia chegado bem mais cedo.


 Paula Spinelli, Nathalia Timberg e Juliana Galdino estavam umas "monstras" em cena, gigantes, no escuro, olhos enormes, bocas enormes, na sombra, elas eram maiores que o próprio esqueleto que as sustentam, uma voz que vinha não sei de onde, que tinha vários timbres, texturas, volumes, entonações, frequências, ritmos, intensidades e todas as outras características possíveis que pode se dar a uma voz, nesta noite eu ouvi... 

Iniciado já em lágrimas uma mulher, uma menina, uma velha, no preto e branco, na escuridão, com olhos que não precisam de luz para ver, na falha, no fracasso, no silêncio, na sombra, a lembrança do ouriço, o outro, os doze homens, a mulher que via e que pede o último respiro desse vazio de felicidade. Morte. Fim. Silêncio. Palmas

Eu de quem nada sei... não sei ainda como será uma semana após assistir Tríptico Samuel Beckett em plena segunda-feira... sei que o soco no estômago está doendo, sei que quando ficar velha quero ser como Nathalia Timberg, quero me lembrar de alguma estrada na qual passei quando criança e quero enquanto mulher ver minha maquiagem preta escorrer dos meus olhos muitas vezes ainda.

E o alguém que conheci na fila me acompanhou até em casa... ele parecia ser um ser no qual não existia então perguntei seu nome...
Stanislau se algum dia você ler este post, faça um comentário para eu saber que você é real.

E para essa semana desejo que todos nós continuemos a dizer sem ter nada a dizer!