segunda-feira, 16 de julho de 2012

nada como....

Nada como paquerar gatinhos na academia, malhar o glúteo, conversar com pessoas carentes de oi e tchau, rir da roupa dos outros, fofocar de festas com as amigas, ver fotos de balada, virar amiga do gringo, falar que deu até arrebenta para um bombado na praia, mandar a colega tomar no cu umas 10 vezes, comer salgadinho com pizza, assistir novela das oito, passar mau de tanto comer chocolate, gritar dentro do capacete, e tomar chuva com um vento muito frio em cima de uma moto escorrendo pelos paralelepípedos da cidade olhando para a bela catedral de Guaxupé, nada como isso tudo pra te fazer esquecer de algumas coisas...

sem título

E se eu tiver te amado...
E se eu começar a te amar...
E se eu nunca disse te amo e dessa vez eu te disse eu te amo...
E se o meu te amo não for verdadeiro...
E se o teu te amo não for verdadeiro...
Eu amaria assim mesmo...
Eu quero te amar...
Eu posso te amar...
Eu não vou te  amar...
E se eu tentar te amar...
E se eu não conseguir te amar...
E seu eu conseguir te amar...
E se você não me amar...
E se você me amar e eu não te amar...
E se eu te amar e você não me amar...
Eu te amo de verdade...
Eu não vou parar de te amar...
Eu vou continuar te amando...
Eu quero te amar!
Eu posso te amar!
Eu não vou te amar!
Eu quero te amar?
Eu posso te amar?
Eu não vou te amar?

Eu te amo.

L'un part l'autre reste

Interprete: Charlotte Gainsbourg
Título: L'un part l'autre reste ( Um vai, e o outro fica ... )
Autor da Musica: Fredéric Button
Autora da Letra: Nathalie Rens
http://www.youtube.com/watch?v=nJ1ntAHe-NE&feature=related

Os grandes amores não têm mais direção
Pois perderam as referências
Esqueceram-se das suas promessas ...
De ao menos rir do menor gesto.
Eis que um se vai e o outro se queda.
Não, não foi apenas um pecado
Um erro da juventude.
Também não se trata
De um passado que  nada deixa
Por isso os grandes amores ficam em aflição
( em estado de desamparo, em via de extinção, perigo )
Quando um se vai e o outro resta.
Então permanece em tua casa
Fica no teu canto. Envelhece sem mim.
Não me chame mais, apaga-me da tua vida
Rompa com minhas cartas e fique lá/ fique aí
Amanhã, talvez, tu voltarás....
Com gestos de amor e de ternura
Como dois pássaros embriagados de dor
Tristezas que machucam:
Este o nosso dia seguinte
depois desta falta de jeito
e entendimento
Os grandes amores estão em aflição
Os grandes amores já não têm mais direção
Por isso um se foi e o outro ficou.
São pesares que causam danos
Ao final de tanta torpeza
Que triste adeus ( despedida )
Quanta ilusão ( frustração )
Se isso é um jogo
Vai ver que não.
Devolva-me as minhas cartas
E fique lá  no teu canto.
Amanhã, quem sabez, tu compreenderás
Que os casais se separam
E mesmo assim não esquecerão
das suas promessas e juras de amor
Pois elas serão escritas do mesmo jeito
Da mesma maneira e com a mesma intenção
Anote aí:
Os grandes amores se reconhecem
quando um se vai e o outro resta.

( L'amour é comme un ocian/ Tu peux voir la ou il commence/ Mas jamais la ou il termine. )

Trilha Sonora do Filme " L'un reste, l'autre part (2005)
com:Charlotte Gainsbourg, Daniel Auteuil and Nathalie Baye
Diretor: Claude Berri

Diário de bordo

14 de julho
06:30 saída - Pegou o ônibus vazio e trocou de estado.  Frio, bêbada, anciosa, aula e ele.
11:00 chegada - Metrô em outra direção, linha vermelha e só, casa, sozinha, um cachorro, cochilo, ressaca e fome.

15:00 - A escuridão, o escuro total, eu fechei os olhos e tentei "ver" a diferença entre a cor preta dos olhos fechados e a cor preta dos olhos abertos... não havia nenhuma diferença... o escuro dos meus olhos fechados era o mesmo dos meus olhos abertos. 
Na praça de olhos abertos, no claro, no sol, eu vi você passar de óculos escuros, all star e mochila nas costas, naquele instante você levou para o escuro todos os meus desejos de ver.

19:00 - mercado, x-sala, carona, metrô, contagem de minutos no metrô, dois minutos de uma estação para outra, 40 minutos no total até o meu destino, sendo que um objeto caiu nos trilhos o que fez o trem ficar parado durante 4 minutos em uma estação, totalizando então 35 minutos do meu destino inicial ao final.

19:45 - minha garrafa de vinho caiu na saida do metrô, foi engraçado, o tempo parou, a rua silenciou todos olharam para minha cara, eu olhei para o chão minha bota estava toda roxa de vinho, eu fiquei ali parada olhando aquela cena, o sinal abriu, o som voltou, eu não sai do lugar, aquela garrafa era pra gente, e em menos de 2 minutos um homem varreu os cacos da garrafa e tudo tinha ido embora.

20:00 - em casa, sozinha, um banho, uma preparação, uma espera, dormi com as luzes acesas, medo, medo dos sons daquela casa estranha e do escuro que poderia revelar alguma imagem que não gostaria de ser vista.

23:00 - acordar, esperar, mais frio, metrô.

 15 de julho

01:00 - uma mulher de cabelo vermelho, dois seguranças e eu, eles me informaram que o metrô ia fechar, perguntaram se eu ia embarcar, depois informaram que o último trem estava chegando, 2 minutos o trem chegou mas você não chegou.

01:20 - rua deserta, frio, vento, pessoas gritando, os últimos ônibus, as últmas pessoas, bares fechados, janelas apagadas, desespero, naquela avenida o medo me tomou, o que poderia me acontecer???? Afinal só tinha eu na rua... nem carros passando... nem pessoas... o som do silêncio da rua me apavorou, o som do vento gelado cortou meu rosto, me fez correr, em disparada desci aquela avenida chorando rios de lágrimas que escorriam pelo mesmo caminho que o vinho se foi... chorei, corri, gritei de raiva, queria continuar andando pra sempre, queria me jogar nos trilhos daquele metrô pra nunca mais ter que esperar o trem chegar.

01:30 - casa, solidão, São Paulo sabe muito bem como fazer uma pessoa se sentir sozinha, as lágrimas já tinham se acabado e a unica coisa que restou foi o nada, deitada olhava para o nada de um teto amarelo e vazio, esse vazio preencheu todo o meu ser.

03:30 - o sono, sonho, me levou.

11:00 - acordar

12:00 - na linha negra do metrô estava eu entrando novamente... um filme passou na minha frente, o choro voltou.

12:20 - na rodoviária, precisava comer, desde às 19:00 do dia anterior que nao comia nada, o paladar sumiu, o desejo se jogou do último prédio que tinha visto, as mãos sempre geladas, o corpo tremia, os olhos não paravam de chorar, as lágrimas temperavam aquele prato, os dedos não conseguiam sequer segurar o peso do garfo, estava morta.

13:00 saída- ônibus, troca de estado, mensagens, choro. Dizem que a estrada cura todas as feridas. Naquela tarde a cada quilômetro percorrido uma nova ferida se abria.

18:00 chegada - chaves de uma casa solitária entregues.

18:30 - encontro com amigas, colo de amiga, desabafo com amiga, é assim que se tenta curar algumas feridas que deixam cicatrizes por todo um corpo.

23:00 - Expoagro de Guaxupé, o último dia da 3ª maior festa de peão do Brasil... lá estava eu, com duas pingas com mel, sem lágrimas, sem você, pisando no barro de uma arena, rodeada de pessoas, cantando os sertanejos do último domingo.... "Chove chuva, chove vem lavar esta saudade....Leva do meu peito as lembranças que me invadem" - não eu não gosto de sertanejo, mas não posso negar algumas coisas da minha terra querida....

00:00 - O percurso por vários mundo ainda continua, dessa vez o mundo da solidão, espera, desamor, do amor encontrado, do choro e da tristeza infinita de uma noite fria.