sábado, 2 de abril de 2011

Levanta




Acordar sem o celular.
Acordar com o som de pessoas conversando e de crianças pulando.

Ao olhar para a luz do sol que tentava invadir aquele cômodo de sombras , através da veneziana vi o que eu não queria fazer naquele momento: abrir os olhos .
Com olhos abertos comecei a observar aqueles metros quadrados entre as cores laranjas, cinza e preto, ao olhar as portas abertas do guarda-roupa vi o que realmente existe dentro dele: uma diversidade de mim mesma que ao juntar-se tudo em uma gaveta vira um nada.

Lembrei de fazer as unhas e comecei a montar um cronograma das atividades de hoje. Então percebi que a primeira atividade do suposto coronograma, seria simplesmente sentir prazer no espreguiçar de uma manhã de sol, sentir todos os músculos de um corpo inanimado começarem a trabalhar, conforme os cabelos se movimentavam livremente pelo lençol amarelo, uma pessoa que ali acorda começa a crescer ao som dos escravos na rua.

Nesse crescimento, regra número 1: sentir-se bem.
Regra número 2: Cuidar de mim enquanto esqueço o que existe do lado de fora da veneziana.

Trilha sonora: "Paranaue, paranaue, paraná"

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mais um dia




Quando o bocejo tira o restante do ar que tem em seu peito, sua vista fica embaçada com lágrimas secas, os latidos dos cachorros que se comunicam, soam como uma bomba explodindo em seus tímpanos, as músicas do iTunes viram canções de ninar, as mãos digitam automaticamente, o corpo vira um robô- o protótipo mais bem feito de um ser humano, ainda é possível ouvir crianças, o pescoço está doendo junto com a memória que se lembra das coisas que não foram feitas durante o dia, na pele, a sujeira de um dia na espera de um bom banho quente, no fechar dos olhos , bons sonhos a serem sonhados e esquecidos pela manhã de mais um dia.

Daquelas que chora






Ela simplesmente aceita o drama.

Tem dedo podre para escolher namorado, seja ele pião, roqueiro, hip ou play boy ela sempre pega os piores.

O problema, é que ela pega e não solta, deixa-se levar, ser pegada e depois chora.

Vai pro bar e chora.

Sai na balada e chora.

Vai no pesqueiro e chora.

Na faculdade ela chorava .

No carnaval de 2009, 2010 e 2011 ela chorou.

Na Expoagro de 2007, 2008, 2009, 2010 ela chorou e na de 2011 provavelmente chorará.

Com os caras mais velhos e com os menores, ela por eles, chorou.

Entre as cervejas e as “pinguinhas da vida” ela chorou.

O problema maior de tudo isso é que, enquanto ela chora ela consegue arrumar outro, causa ciúmes, faz graça, repete a ação, passa perto, exibe o decote, provoca e provoca novamente, sai com outro na frente do outro e depois de armar o circo, ela chora.

As Outras... são biscates do pé sujo, umas porteiras inferiores a ela.

Talvez ela prefira os caras letrados, só que estes geralmente não fazem o serviço direito...

Então quando ela termina um relacionamento, diz:

Além de você parecer ser uma bicha é um corno com o maior chifre do mundo. Para quem eu fiquei todo esse tempo dando, dando, dando, dando o resto da salsicha do meu cachorro-quente, para você, um legítimo cachorro de rua. Seja feliz para sempre!

No Iron Maiden

A vibração de 50.000 pessoas, mais um arquibancada que balança. É um show de luzes entre cabeças que pulam e uma garota que grita.